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Designing Holland 2 - About time

Zwolle - Amesterdão - Leiden

Sabem quando estão curiosos por ver algo que, por acaso, nunca pensaram que poderiam vir a ver, até surgir a oportunidade do dia para a noite. Foi o que me aconteceu com Amesterdão. Nunca tive o sonho de ir à capital holandesa. Não fumo nem costumo procurar prostitutas. Aconteceu estar na Holanda e passar por Amesterdão. Mas, talvez por não querer estar num meio de turistas deslumbrados, a cidade não me disse assim tanto.

Fomos de comboio desde Zwolle onde passámos a noite. “Uau, de comboio” dizem vocês. Sim! Ir à boleia é muito bonito mas perde-se muito tempo também, e como só teríamos este dia para ver a capital, optámos por pagar, ainda que os transportes sejam caríssimos. Muitas lojas, muitas pessoas, muitas máquinas fotográficas, muitas bicicletas, muito frio e uma mala gigante às costas. Os canais são bonitos, as praças são bonitas, as casas continuam a ser bonitas. Dizem que é a Veneza do Norte.

Uma coisa que me deixou a pensar foi, também, a estrada. Não têm noção do dilema que é saber onde é para atravessar; saber o que pisar; quem tem prioridade?; aqui passa o que?.

A pouca diferença cromática aterroriza qualquer um. E qualquer um pode ser atropelado por uma bicicleta. Se calhar os peões tem um código do passeio e eu não sei.

Optei por estragar o meu budget diário na capital e ir visitar um museu: MOCO, com a primeira exposição de Banksy e uma de Warhol. Relembrou-me o facto de o primeiro optar pelo anonimato e o segundo nunca ter escondido o amor pelo dinheiro. De facto, deixou-me a pensar...

As pessoas fazem os lugares. Aconteceu outra vez. Não dávamos nada por Leiden, uma cidade muito pequena onde dormimos essa noite. Fomos de blá blá car com o contributo de 3€. Acontece que nos deixaram numa ponta da cidade já ao final do dia e tivemos de pagar o comboio para irmos para casa do Bart, na outra ponta. Pagámos mais 3€ por UMA ESTAÇÃO DE COMBOIO. Ficámos doentes. Boleias para sempre por favor. Dói ter de gastar dinheiro em transportes!!! Problemas resolvidos, chegámos a casa do nosso host. Fizemos, couchsurfing e na manhã seguinte o Bart levou-nos a conhecer a cidade longe dos turistas e das máquinas fotográficas. Vimos o primeiro moinho holandês e a casa onde nasceu Rembrandt. O nosso guia foi fantástico!

Hora de almoço, hora de partir para outra cidade e hora da boleia. Posicionámo-nos na perfeição: 5 minutos e já tínhamos uma carrinha com um pintor polaco parada para que pudéssemos entrar. A sua alegria era contagiante. Cantámos as musicas da rádio, falámos, rimos. Ao final de meia hora voltámos a ouvir “Good luck girls”. Com pessoas assim a cruzarem-se nos nossos dias já estamos a ter sorte.

A verdade é mesmo que as pessoas fazem os lugares.

Roterdão. Chegámos.


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