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Designing Holland 3 - A different way of living


Uma semana e dei uma pequena grande volta à Holanda (não, não foi de bicicleta).

Deu para concluir algumas das diferenças desse país:

Prédios altos, grandes avenidas de lojas, edifícios espelhados. Roterdão. Adicionem chuva. Temos Roterdão com chuva.

Agora imaginem aquelas novelas que raptam raparigas para bordeis e elas ficam a dormir na cave, com colchões no chão, tudo ao molho e fé em deus. Pronto, é mais ou menos isso. A diferença é que fomos de livre vontade. Trata-se da casa de Hanz, um professor de economia que prefere acolher couchsurfers de todo o mundo a ter de viver sozinho. Éramos 6 na primeira noite e 8 na segunda.

Mal chegámos encontrámos o David, do Uruguai, que anda a viajar há 9 meses. Tínhamos bicicletas “incluídas na estadia” e fomos os três dar uma volta à cidade. O jantar acabou por ser muito latino. Lembram-se do mercado de Frankfurt? Ora, em Roterdão também existe um assim parecido, com “amostras” para dar a provar aos transeuntes. Confesso que passámos lá três vezes em 2 dias. E isto foi o que absorvi desta cidade. Confesso que a chuva não ajudou nada e por isso não aproveitámos a cidade da melhor maneira.

No entanto, deu para conhecer os que passavam pela casa do Hanz. O casal checo, os dois amigos franceses, as duas amigas alemãs e o Kofi. O Kofi é do Gana e estuda em Roterdão e o serão foi muito poético: “What do you care, Mafalda? Like if you die tomorrow, what would you do?”. Fico sem palavras. Esta viagem tem sido acompanhada por momentos especiais: ou pelo livro que a Marta lera (o monge que vendeu o seu ferrari), ou por momentos mais deep de ambas.

A minha resposta foi “probably I’ll spend the day with my family”. Cofy disse “So, you care about your family”.

Dormimos todos e a a Marta acordou toda picada, provavelmente por uns bichinhos que eu vi na minha almofada na noite anterior e que, claramente a atirei para a outra ponta do quarto. Muito provavelmente eram só uns “bed bugs”… Nada que um backpacker não esteja já preparado. Aguenta e não chora. Vamos para mais uma boleia com destino a Eindhoven.

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Não é curioso que o novo host, o Willem, acolha também muita gente ao mesmo tempo? Querem saber o melhor? Ele tem 23 anos e é designer gráfico. Claramente um tipo de trabalho (que ele partilha da mesma opinião) robotizado: fazer mockups para os clientes de como os seus brindes ficarão depois da impressão. Acabou por fazer uma ilustração para mim!

Alguns holandeses rebeldes ocupam casas desabitadas. A isso chamam-se squats. Para impedir que um prédio da Phillips seja transformado em squats, uma empresa holandesa decidiu arrendar a um preço muito baixo os primeiros pisos e assim, criar habitações baratas. Era assim a casa onde estávamos. Outra vez com colchões no chão, outra vez com muitas pessoas, outra vez com muita desarrumação e outra vez com um host simpático.

Uma rapariga de Roterdão juntou-se e depois de jantar chegaram mais dois rapazes. Eles entram, eram backpackers também e tinham uma bandeira. A de Portugal! TUGAS!! O Renato e o Leandro. Entre trabalhos fora de casa e viagens à boleia, não vão a Portugal há 2 anos.

Normalmente os passeios pela cidade são passadas entre 2 miúdas meio perdidas a ver o que existe à volta. Desta vez éramos quatro! Com bicicletas não muito saudáveis a conhecer Eindhoven no dia do Saint Nicolas “He is coming!”. Música, crianças a receber bolachas e quatro portugueses a partilharem as suas histórias pelo mundo.

Passou-se rápido. Despedidas feitas, acaba-se aqui a primeira parte da minha viagem. É hora de apanhar o avião. Para onde?


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