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Designing Czech Republic - Lovely people

BRNO - PRAGA

Chegámos vivas e de boa saúde a Brno, aquela cidade da República Checa que só os estudantes conhecem. Era cedo mas optámos por nos sentarmos a descansar num café e esperar pelo nosso host.

O Pavel veio direito a nós, deu-nos as boas vindas e disse que nos ia fazer uma espécie de visita guiada aos principais spots da cidade. Vimos a roda e o dragão (que mais parece um crocodilo) e soubemos dos seus mitos. Ficámos a saber da história do cavaleiro. Finalmente, parámos numa igreja e foi nos contada a história da sua construção: ao que parece, o arquitecto era alemão e por alguma razão foi-lhe impedido que continuasse a construção da mesma, ao que ele pediu para que pelo menos acabasse a janela em construção. Olhámos para cima e vimos um "anjinho" com o rabo espetado para a rua. Aquele grande “KISS MY ASS” ou “ASSHOLE” para o responsável do seu despedimento. Rimos muito.

A noite foi tranquila. Sabem quando acham a pessoa um bocado estranha e depois descobrem que ela até gosta de coisas que vocês gostam e que os outros acham estranho? Se calhar também o sou. Ora, jogámos JENGA até ao fim, sem deixar cair a torre. Ouvimos música portuguesa e num vai-vem de escolha de músicas, começámos a ouvir clássica. Yann Tiersen, Enio Morricone, Ludovico Einaudi. Ao que lhe pedi que tocasse piano. Fiquei inspirada e desenhei, a Marta escreveu. Três artes juntas, pensei. Parece que já nada é estranho. Dormimos felizes.

Partimos cedinho para o sitio da boleia. Demorou, fomos meio que enganadas e depois de muito tempo a andar acabámos numa estação de serviço na auto-estrada para Praga já sem esperança. Passa um senhor ao que nos acena que sim. Pulámos de alegria. Duas horas até Praga deu para conhecer este checo que ia buscar o filho à ex-mulher brasileira!!! Sim, falava um bocadinho de brasileiro mas quem era o profissional era o Samuel, o filho de 7 anos. Se já falei sobre o quão é bom não ter planos, esta é mais um prova disso. Acabámos de ficar com o pai e filho. Levaram-nos a passear pelo Vyšehrad, ofereceram-nos um bombom Amor Carioca, um cappucino e um Tredelnik, um bolo que em Budapeste tem outro nome mas é igualmente delicioso. A cidade fica mais doce quando nos acontece coisas boas como estas.

E pronto, está na hora de irmos até ao nosso couchsurfing. Calhou ser uma família a acolher-nos: a Anuska, o Thomas e a bebé Aliska. Um casal com menos de 30 anos checo-eslovaco, aventureiros e com uma filha linda. Com a Aliska dançámos, rimos e falámos CHECOINGLÓPORTUGUÊS.

Praga é uma cidade que a maioria das pessoas que viaja conhece. Claramente que continuámos com a nossa mentalidade low-budget e não fomos a sitios a pagar. No entanto fizemos coisas engraçadas como não deixar que nos enganassem: portanto, os mercados de natal estão cheios de comida tradicional e a Mafalda tinha fome (sim eu). Batata, massa e bacon a 43 dinheiros/ 100 gramas? Boa, também não como muito mais que isso. Peço e o moço enche uma tigela. Aquilo pesava meio kilo! Nunca iria comer tudo e claro que nunca ia pagar 8€ por massa na rua. Pedi para que retirasse, ao que ele respondeu “Não pode ser, só vendemos à porção”. Então meu grandssissimo anormal, por que é que têm o preço às 100 gramas? Obviamente que disse que não queria. Obviamente que entornou a po(r)ção de novo no caldeirão e eu comi mais à frente. Ficou todo mal disposto. Azar. Tuga é tuga.

Fachadas coloridas, fachadas com história, fachadas felizes. Lenonn Wall quase destruída, ruas com chineses a tirar fotografias de casamento, lojas com trabalhadores que aprendem brasileiro com os turistas. Turismo, muito turismo. Praga é mesmo assim. E as pessoas são as mais especiais que existem, acho que deu para perceber.

E como é que fazemos quando nos temos de despedir? Despedir da cidade até que é fácil. Já fizemos isso muitas vezes. Despedir de um host querido é mais difícil mas também já o ultrapassámos. Despedir de uma família com uma bebé linda já custa mais (ainda assim tive direito a um abraço e um beijinho). O pior mesmo é quando temos de nos despedir da nossa companheira. Aquela que me deu a boleia quando mais precisei. Está na hora de me despedir da Marta e ir.

Boa sorte para o resto da tua viagem, boa sorte para o resto da minha. Vemo-nos em Portugal.


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